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Foto do escritorFabiana Traven

Ale Senna, a Estilista Plus Size do momento


Hoje na coluna Troca de idéias quero compartilhar com vocês um delicioso bate-papo que tive que a Estilista Alessandra Senna, idealizadora e criadora da marca Ale Senna que vem conquistando cada vez mais a preferência das consumidoras do mercado da moda Plus Size. Vamos falar sobre sua carreira, conquistas, experiências, planos e muitas, mais muitas dicas... Vamos nessa?

Natural do Estado do Rio de Janeiro, Alessandra Senna tem 40 anos de idade e um currículo invejável no ramo da moda.

Perguntei a Ale como iniciou sua carreira, suas experiências antes de se encontrar no mercado plus size?

Ale Senna: Como já sou estilista há mais de 10 anos, tive a oportunidade de atuar em algumas grifes famosas do Rio de Janeiro, tais como a Gang onde existia a famosa calça que levantava o bumbum da mulherada, e também na Blueman onde fiz parte da equipe de estilo do famoso estilista Thomas Azulay. Participei das principais semanas de moda do país e vivenciei de perto o que é estar de perto trabalhando e aprendendo com estilistas famosos. Acho que tudo que vivenciei e aprendi sempre será de estrema importância na minha vida profissional.

Fabi Traven: Quando surgiu à ideia de criar e desenvolver vestuário para moda plus size e por quê?

Ale Senna: No início de 2012 recebi o convite de uma marca carioca para comandar a equipe de estilo da empresa. Realmente foi um desafio, pois nunca havia trabalhado dentro do segmento plus size, porém como também sou gordinha acabei me identificando bem. Busquei uma especialização visto que sou estilista formada e fiz bacharelado em modelagem justamente para me aperfeiçoar com as diferenças e dificuldades que existem para criar peça em tamanhos especiais e me especializei em modelagens plus size. Trabalhei durante algum tempo, porém me sentia sufocada, pois como estilista tinha minhas próprias ideias e conceitos de moda e sempre conflitada com o modo de pensar da dona da empresa. A pior coisa para um estilista é ter pessoas bloqueando seu processo criativo. Resolvi criar minha própria identidade profissional e lançar a marca Ale Senna.

Fabi Traven: Você comentou sobre um prêmio importante que ganhou dentro do ramo da moda, conte-nos como foi essa experiência?

Ale Senna: A experiência na Califórnia foi o que realmente definiu toda a minha decisão de tocar um trabalho solo e criar minha própria marca Ale Senna.

Certos acontecimentos em nossas vidas nos transformam a tal ponto que até mudamos nosso olhar para o mundo. Lá eu convivi com designers emergentes internacionais e locais, modelos e profissionais de moda, artistas de teatro, música e dança dentro de uma atmosfera rica em cores e alto astral. Isso foi uma experiência única em minha vida e me fez pensar em toda a minha trajetória até ali e descobri que realmente valeu apena e me fez acreditar em meu potencial e entendi que eu estava entre os melhores porque fiz por merecer.

O mais curioso foi quando cheguei e vi a proporção que o meu nome chegou lá fora e foi muito emocionante encontrar matérias em revistas onde mencionava meu nome e meu trabalho como um dos mais esperados do evento. Confesso que fiquei um pouco assustada, pois quando cheguei ao local do evento e comecei arrumar as peças nas araras do backstage, percebi que todos ficavam me observando e cada peça que eu colocava, os outros estilistas ficavam comentando e eu não entendia nada. Depois eu fui perceber que fui à única designer que tive a ideia de criar um tema para minha cor escolhida e trabalhar a coleção dentro desse tema.

As regras eram as seguintes; o evento era baseado nas cores do arco-íris e cada designer recebeu uma cor para desenvolver 10 modelos de uma coleção.

Mediante desta proposta, recebi a cor verde e decidi me inspiras nas florestas brasileiras e criei a coleção Amazônia, onde usei referências da fauna e flora brasileira e elementos tribais baseados na cultura indígena. Utilizei tecidos fluidos e leves e acessórios com componentes de artesanato indígena como semente de açaí e macramês. No decorrer do desfile percebi que os outros estilistas tinham peças luxuosas, dentro da alta costura, porém todas na mesma cor sem criatividade e uma história a ser desenvolvida.

Acredito que com esse diferencial da minha coleção acabei sendo escolhida a melhor designer do ano e foi fascinante ser reconhecida desta forma.

Fabi Traven: Como você define o estilo de suas criações?

Ale Senna: Sou apaixonada pelo que faço e procuro criar minhas coleções sempre com uma pesquisa detalhada seguindo um tema de inspiração e assim vou viajando dentro desse tema e criando estampas e shapes baseado na história da coleção, porém dentro de um estudo detalhado de tendências de cada estação.

Fabi Traven: Toda roupa que hoje você vende é criação sua, ou tem outro estilista que trabalha contigo?

Ale Senna: Hoje sou sócia da minha irmã Andreia Senna que administra a empresa e do meu cunhado e quase irmão e parceiro de trabalho o Jefferson Araújo que também é um estilista e especializado em modelagens plus size e trabalhou em equipe comigo anteriormente e na verdade crescemos juntos dentro do segmento. Todo meu processo criativo e desenvolvido junto com ele. Costumo dizer que é uma parceria que deu certo e que o raciocino de um complementa o do outro.

Fabi Traven: Como você vê hoje o Brasil dentro do mercado da moda plus size?

Ale Senna: Acho que a moda plus size no Brasil avançou um pouco no sentido de conscientização de que as maiores partes da população feminina são de mulheres mais gordinhas ou curvilíneas e que existe uma necessidade de renovar o conceito de moda para os tamanhos maiores. E aquela ditadura da moda que a mulher ideal é a magra, houve uma revolução nesse sentido. Mas acho que falta ser elaborado pelas grandes empresas que produzem moda plus size, um pouco de estudo de modelagens para os diferentes biótipos da mulher brasileira. Eles ainda estão com a cultura de trabalhar expandindo a ampliação, mas na verdade existe todo um estudo a partir do tamanho GG que precisa ser desenvolvido de acordo com as necessidades de cada corpo e modelo a ser elaborado.

Fabi Traven: A cada coleção, a marca Ale Senna vem ganhando mais e mais notoriedade, como você se vê no mercado da moda?

Ale Senna: O que era apenas um atelier de peças exclusivas, hoje dentro de 1 ano da abertura da 1a loja física,nos tornamos uma marca com grandes chances de crescimento no mercado plus size.Participamos da última edição de inverno do FWPS com a Renata Poskus e por ser o evento de moda Plus size de maior repercussão do país, realmente fez a marca se destacar em todo o Brasil. Atualmente temos nossa loja de atacado em Duque de Caxias no Rj, onde atendemos revendedoras e lojistas de diversos estados brasileiros, algumas multimarcas que revendem nossas peças em SP,BA,RO, RR ,DF,MG, nossa loja virtual já está prontinha para entrar no ar a partir de julho deste ano , já estamos partindo para nossa 1º loja dentro de um shopping de grande circulação no RJ e estamos com propostas de franquear a marca.

Fabi Traven: Você acha que uma marca para ganhar destaque no mercado deve investir em propaganda?

Neste sentido como vê sua grife sendo polo gerador de oportunidades dentro do mercado da moda?

Ale Senna: Acredito sim que a propaganda é a alma do negócio, parto do principio que quem não é visto não é lembrado. Percebo que o segmento plus size está crescendo dentro do mercado brasileiro e isso é consequência de trabalhos de propaganda e eventos criados especialmente para esse público.

Em 4 anos de trabalho, como estilista de moda plus size, consegui uma boa visibilidade por projetos elaborados e desfiles,júri e patrocínios em concursos de miss plus size,participei de alguns programas de TV, dei palestras em faculdades, fui premiada com um título internacional como designer do ano de 2014 dentre outros. Sendo assim levei a marca Ale Senna para vários estados brasileiros e principalmente dentro do RJ e SP. Acredito que criei oportunidades para algumas modelos que já atuavam no mercado e outras que ingressaram como modelos através de trabalhos feitos dentro da nossa marca. Isso é muito gratificante ver o crescimento dessas meninas e saber que fizemos parte da história da carreira delas.

Fabi Traven: O que você diria para as modelos que um dia sonham em representar sua marca?

Ale Senna: O que eu diria..., que a marca é muito democrática e que estamos sempre em busca de novidades e criar oportunidades para novos talentos ou para até mesmo ter modelos que já estão consolidadas no mercado. Não temos nenhuma pretensão de ter apenas uma garota propaganda dentro da marca, até porque um contrato de exclusividade custa muito alto e apesar de hoje temos quatro modelos nos representando, sempre estamos abertos para novas oportunidades de acordo com a necessidade da coleção.

Fabi Traven: Quais os desafio que você destacaria nos dias de hoje para os empresários da moda diante da crise financeira que estamos enfrentando?

Ale Senna: Realmente estamos passando uma crise econômica muito difícil e onde está afetando nossa estrutura sócia econômica, e ainda temos a entrada de produtos da china em nosso país que também mexeu muito com a nossa economia e quebrou grandes marcas do mercado. Outro agravante é que temos muitas dificuldades com a exportação e isso acaba não permitindo o crescimento do nosso país. Muitas fábricas estão fechando portas e clientes ficando inadimplente por causa da crise financeira do nosso país.

Para os empresários de moda, está cada vez mais difícil competir com preço do produto de importação e estamos tendo driblar a crise.

Acredito que a forma de melhorar um pouco a economia, seria todos os estilistas se unirem para lançar produtos com matéria prima e mão de obra brasileira para ajudar a ativar a nossa economia. Trabalhar com bordados a mão, e artesanais para abrir oportunidades de frente de trabalho. Existem muitas fábricas que se fecharam e dispensou costureiras e isso acaba gerando a economia informal porque geram as chamadas oficinas de fundo de quintal.

Fabi Traven: Quais as dicas que você deixaria para suas consumidoras se vestirem bem?

Ale Senna: Acho que se vestir bem também faz parte da alta estima feminina, mas a mulher precisa usar algo que realmente valorize seu corpo. Às vezes acontece que um determinado look está na moda e todo mundo usa, mas temos que ter o bom senso que nem sempre o que é tendência do momento é o que nos veste bem. Precisa saber usar o look de acordo com o formato do seu corpo.

Geralmente mulheres com o corpo oval ou formato maçã, podem abusar de peças com marcação de cintura alta decotes V .

Já a mulher com formato triângulo ou pera, pode abusar de volume na parte de cima para equilibrar o volume do quadril.

As que têm o triângulo invertido já precisam ter o cuidado com o volume na parte superior e podem abusar do decote V para dar a sensação de alongar e podem usar saia godê ou rodadas porque se cria a ilusão de equilíbrio na silhueta.

Mulheres com o formato ampulheta podem abusar até de roupas mais justas ao corpo para valorizar suas curvas.

Mulheres com formato retângulo podem fazer marcação de cintura e abusar do volume em ambas as partes para que crie uma ilusão de volume no quadril e no tronco.

Fabi Traven: Uma frase preferida?

Ale Senna: Hoje tenho muitos obstáculos a superar e conquistas a buscar, mais sei que a vitória é certa.

Galeria de Fotos:

Jefferson, Ale e Andreia - sócios da Marca Ale Senna

Com suas modelos na cerimônia do concurso na Califórnia

Um de seus modelos criados para o concurso na California

Um de seus modelos criados para o concurso na Califórnia

Espero que tenham gostado.

Bjs e até a próxima...


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