No último dia 12 ocorreu no Mauá Plaza Shopping (Mauá – São Paulo) a 5ª edição do Miss Brasil Plus Size 2017, evento realizado pela Impacto Produções, que visa elevar a beleza e a inclusão da mulher brasileira com manequim acima de 44.
A vencedora, a paulista Aline Frade, de 34 anos e manequim 46, teve que percorrer um longo caminho até conseguir conquistar a coroa e a faixa, seu sonho de infância. Além de ter que vencer as etapas regional e estadual, que a credenciaram para disputar do título de Miss Brasil defendendo o Estado de São Paulo, ela passou por três desfiles (casual, maiô e gala), diversas avaliações físicas e psicológicas - inclusive uma entrevista com júri técnico e ainda enfrentar outras 19 lindas finalistas vindas de diferentes regiões do País.
Mas a batalha, segundo Aline, valeu a pena. Já nos primeiros dias ostentando o papel de porta-voz do segmento plus size, ela abraçou a filosofia do título e começou o reinado defendendo a inclusão social, como fez na última quinta-feira (23/03) ao gravar o programa da Sabrina Sato, que deve ir ao ar no próximo sábado, 01/04: “A beleza do ser humano deve ser maior do que aquilo que vemos por fora. Não importa se você é baixinho, gordinho, negro, careca, gay... o importante é ser respeitado por ser quem você é. Ser amado por isso. Ter seus direitos assegurados por ser um ser humano como qualquer outro. A diversidade é uma dádiva”, disse a Miss.
Aline revela que já sofreu bullying quando criança, não por ser gordinha, uma vez que sempre foi magra, mas por não ter altura de top model. “Por isso é tão fácil falar da importância de abraçarmos a diversidade. Quando ia nos castings, diziam que eu era linda, mas que jamais conseguiria por não ter os benditos 1.70m. Era frustrante porque altura era algo que eu não poderia mudar, não dependia de mim. Mas será que é certo privar milhares de mulheres de seus sonhos simplesmente porque são diferentes?”, questiona.
O tempo foi passando e diante de tantos “nãos” a Miss abandonou o sonho de criança. Fez faculdade de turismo, casou, se tornou mãe e, como a maioria das mulheres, acabou ganhando alguns quilinhos. “Um dia, vi uma matéria na TV com uma Miss plus size e aquilo mudou a minha vida. Será que eu também conseguiria? Comecei a pesquisar sobre o setor. Fui a uma agência e acabei virando modelo. Os trabalhos, pouco a pouco, me deram a confiança necessária para entrar na disputa pelo título de Miss Brasil. Me inscrevi, batalhei e olha eu aqui ostentado a coroa e a faixa”, brinca.
Ainda segundo Aline, é engraçado pensar que o pesadelo da maioria das mulheres (o de engordar) foi à válvula que a fez renascer, resgatar a autoestima e conseguir se realizar em todos os aspectos. “Foi preciso a minha vida dar essa reviravolta para eu poder olhar pra mim com mais carinho, me reconhecer e aceitar a minha verdade. Hoje, vejo que aceitar e respeitar a diversidade humana são a chave para alcançarmos a plena felicidade”, finaliza.
O concurso Miss Brasil Plus Size 2018 já está com as inscrições abertas em todo o país. E, visando ampliar a inclusão social dos diferentes tipos de beleza, há novidades.
“Esse ano abrimos concurso para mães e esposas que tem manequim entre 36 a 42, outro para mulheres negras com manequim entre 36 e 42 e um específico para mulheres baixas com até 1.67m e manequim de 36 a 42. Ou seja, estamos contemplando todas as mulheres que até hoje eram privadas de participar de concursos de beleza tradicionais”, explica Alberto Conde, organizador dos eventos.
Para mais informações, acesse: www.miss.tv.br.
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